Essa é uma viagem que eu estava planejando desde que cheguei à Costa Rica. Panamá! E se a viagem pra Nicarágua foi a mais surreal até agora, diria que essa a Bocas del Toro foi a mais bela!
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Saímos de Playa Tamarindo às 4:00 da manhã sem ter dormido (festa na "noite" anterior). Éramos dez. A guia (Rá! Eu!) 8 europeus e uma japa. Como foi uma viagem organizada pela escola, fomos em uma van privada que buscou cada aluno em sua respectiva casa. Seguimos viagem atravessando o país rumo à Sixaola, cidade que faz divisa com o Panamá, passando por San José, Alajuela, Limón (lado Caribenho). É incrível que em um país tão pequeno haja tanta diversidade. Frio em San José, calor em Limón, e a paisagem que muda a cada momento do lado de fora da janela: vegetação rica, vulcões, praias... não dá pra dormir!
Chegamos em Sixaola às duas da tarde. A partir daí, era por nossa conta, já que nossa van particular não podia atravessar a fronteira. Com os passaportes carimbados, tivemos que atravessar a tenebrosa ponte que divide Costa Rica e Panamá a pé. É uma ponte de aço, mas a parte de baixo é de madeira... Velha... melhor não olhar pra baixo!
Já do lado do Panamá encontramos Willy, um panameño de uns 3m de altura que faz o transfer da fronteira até Puerto Mirante por US$ 10,00/pessoa. Mais uma hora e meia de estrada e belíssimas paisagens até o porto, onde pegamos uma lancha (US$ 4,00/pessoa) até Isla Colón, a principal ilha do arquipélago Bocas del Toro. Meia hora no barco em alto mar. Uma delícia!
Mal chegamos na ilha e já tínhamos um monte de propostas de tours para o dia seguinte. Fechamos com Miguel, que foi indicado pelo Willy. Nos acomodamos em um hostel legalzinho (ar condicionado, sem café da manhã a US$ 10,00 a diária).
Isla Colón é uma cidadezinha de dez ruas que são identificadas por números. A "rua" principal é a primeira, a parte que fica ainda na água. É onde está a maioria dos bares e restaurantes. Na primeira noite jantamos em um restaurante de comida típica. Nada de muito diferente da comida da Nicarágua ou Costa Rica (arroz e feijão, sempre). A maior diferença é que na parte do Caribe, inclusive da Costa Rica, se utiliza leite de coco em quase tudo (principalmente no "rice 'n beans"). Após o jantar fomos a um bar chamado Barco Hundido, que fica parte na terra (entrada) e parte na água. Imagine-se sentado em um píer, tomando cerveja, ouvindo merengue à luz do luar. E a melhor parte é que se olhar pra baixo você vê peixes, corais... Perfeito! Só não vale beber muito e cair na água.
No dia seguinte fizemos um tur que chamam de completo. Você paga US$ 20,00 para o dia todo num barco com cooler, então dá pra levar lanche, bebida... O tur é fabuloso! Saímos às 10:00 da manhã. Começamos com uma visita à Dolphin Bay, onde vimos golfinhos (de longe, mas tá valendo). Depois fizemos snorkelling em alto mar. Incrível! nadamos com peixes de tudo que é forma, cor e tamanho, sem contar os corais coloridíssimos. Depois do snorkelling almoçamos em um restaurante no meio do nada... Água cristalina (ou verde-água?) por todos os lados e peixes supersimpáticos em volta todo o tempo esperando por restos de comida. Calma que ainda não acabou. Depois do almoço fomos à Red Frog Island. Tem esse nome pela vasta quantidade de rãs vermelhas, como essa da foto. Mas são pequenas, difícil de ver. E, acreditem: eu peguei uma na mão! Mas o maior atrativo da ilha não são as rãs, mas a praia de areia branca e água cristalina. Passamos o resto do dia ali e voltamos, claro, exaustos.
Para fechar no mesmo nível, no dia seguinte fomos à Isla Zapatillas que, por unanimidade nos foi ecomendada como a praia mais bonita do arquipélago. Sabe o reality show Survivor (programa americano que a globo copiou pra fazer o "No Limite")? Pois é... há alguns anos é gravado lá. A ilha fica há uma hora da Isla Colón e é simplesmente perfeita. Como é uma reserva nacional, não há uma construção sequer na ilha, nenhum sinal de civilização. Como chegamos cedo, foi mais que perfeita a sensação de que aquele paraíso todo era nosso. Juro que fiquei emocionada ao ver a cor da água, o conjunto da obra. E pra ajudar, a temperatura da água é ótima, o que nos fez passar quase todo o dia boiando ali... nos esquecendo de retocar o protetor solar. Resultado: Voltei tostada com mais nove lagostas no ônibus! Exaustos, com a pele dolorida, mas gratos pela viagem perfeita!