sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Living la vida loca
Embarque nesse carrossel...
O pior é que tem uma menina loirinha no quinto grau toda Pati e uma gordinha que sempre está de Maria-chiquinha e ou está comendo ou está pedindo pra ir à cantinha comprar algo.
O sistema educacional da Costa Rica é interessante... Na “escuela” existem sete níveis:
=>Kinder (o nosso pré) = uniforme azul celeste. Vestido para meninas e camisa e shorts para os meninos. Tudo azul. E as menininhas usam meias azuis com sapatilhas pretas. Uma graça!
=>Primeiro a quinto graus = Meninas: Camisa Branca, saia de pregas azul marinho e sapatilha preta. Meninos: Camisa branca, calça azul marinho e sapato social.
=> Sexto grau = O mesmo uniforme dos graus anteriores, mais uma gravata vermelho-sangue. Inclusive para meninas.
Existe uma turma de cada grau por período (ex: Primeiro A de manhã e primeiro B à tarde), sendo que uma semana o Primeiro A vai pela manhã e na outra semana vai pela tarde. E isso vale para todos, ou seja, todo mundo se lasca. Aqui não tem essa de neguinho dizer “esse ano posso dormir até tarde porque estudo no período vespertino!”.
Terminada a “escuela”, os alunos que estavam usando gravata vermelha vão para o “colegio”, para mais 6 anos. Aí lasca tudo de vez. Período integral, com 14 matérias (incluindo francês e psicologia, tá...).
Ah, e o uniforme para o colégio é camisa azul celeste e calça azul-marinho. As meninas também tem a opção de usar saia de pregas e sapatilhas até o último ano...
Falei de comida, agora é bebida!
*Aqui tem Smirnoff de 1,750l.
*Aqui vende Margarita pronta. Váááárias marcas. Piña colada também. Mas não fui com a cara de nenhuma delas. Lembra um troço chamado baianinha, não sei por quê. Preconceito, né... porque não experimentei nenhuma. Mas não pode ser coisa boa!
*Aqui a tequila é cara também.
*Aqui vinho em caixinha Tetra Pak é normal. Concha y Toro. Eu achei que era só vinho branco, mas hoje vi um Cabernet Sauvingnon encaixotado. Não entendo. Não me conformo!
*Tomei suco de Tamarindo aqui e gostei. Vai entender!
*Também tomei suco de uma frutinha chamada Cas. Não gostei. Amargo.
*A cerveja bam bam bam daqui é a Imperial. É produzida pela Cervejaria Costa Rica, que também produz refris e sucos e agora está exportando até pra Ásia. A segunda mais consumida é a Pilsen (sim, é uma marca), mas não sei onde é fabricada.
Sexta fomos (Katharinas e eu) ao Monkey Bar. A Katharina alemã queria tomar coquetel e, como no bar do macaco só tem bebida “pronta”, tivemos que sair de lá um pouco e caminhar até o primeiro restaurante com bar. Como é baixa temporada ainda, não tinha ninguém no recinto além da dona (uma Norueguesa também chamada Katharina) e seus amigos. Ou seja, o bar era nosso! Já fomos nos acomodando no balcão, cheias de graça. Logo fizemos amizade com as garçonetes Carmen e (colombianas) que estavam à toa os bartenders (Nicaragüenses) Roberto e Alexander (para esse último, quando me disse seu nome, eu respondi: ahh y yo soy Margarita, mucho gusto!). Brincadeiras à parte, fizemos os pedidos. Roberto serviu primeiro o drinque da Katharina austríaca, um frozen Daiquiri de morango. Tava bom até. Depois veio minha Corona con limón (pra não misturar) e por último a caipirinha da Katharina alemã. Foi aí que a porca torceu o rabo! Tudo bem as pessoas venderem vinho em caixinha Tetra Pak ou servirem cerveja com gelo... Quem compra isso sabe o que está adquirindo, então, ema ema ema! Gosto e nariz, cada um tem o seu. Mas vender suco de limão com xarope, gelo e rum branco e dizer que é caipirinha é crime!
“Roberto, Roberto... Soy brasileña, Roberto... Caipiriña con Run, Roberto??”
“Sí, pero...”
“Donde está la cachaça, Roberto?”
“Sí, caipiriña originalmente es con cachaça, pero...”
“Donde está el azúcar, Roberto?”
Até a alemã entrou no meio:
“En Alemania, tomamos capirrrriña con azúcar...”
Ao que eu continuo:
“Ves, Roberto? Hasta en Alemania, Roberto...”
Ainda bem que o Roberto é gente finíssima e não nos mandou embora. Pediu desculpas e até tirou foto pra gente. Mas vai continuar fazendo caipiríssima com xarope e vendendo como caipirinha. E Katharina (a dona) disse pra gente voltar para um happy hour, que os drinks são mais baratos. Vou tentar um Dry Martini, e depois eu conto.
Quero pão!
Tirando isso, o resto é ótimo. Comi pizza em dois lugares (pizza hut em uma pizzaria de forno à lenha) e estavam perfeitas, crocantes... Fui ao Subway também e provei um burrito que recomendo: tortilla (a massa) de tomate, frango teriake, alface, picles, queijo amarelo e molhos de “cebolla Dulce” + Chipotle. Fiz um combo e pedi uma tortinha de maçã. A melhor! O Mc Donald’s deveria pegar a receita. E eu deveria ganhar uns troco do Subway por postar isso aqui, aff. Liga não... to com fome.
Então, A grande maioria dos restaurantes de Tamarindo é de culinária internacional, mas sempre com várias opções de pratos mexicanos. Aqui em Vilarreal (onde moro, um distrito que sonha com a independência de Tamarindo) há restaurantes menores, mais simples, com comida caseira, i.e.: arroz, feijão, carnes, tacos, o que como em casa (dã!). Descobri que há três sushi bares em Tamarindo e Kana (uma colega japa) me disse que um deles é excelente e barato. Obóvio que vou lá semana que vem.
Tem uns quiosques aqui de uma rede chamada Mandarina. Amei! Vendem sorvetes, raspadinhas com sucos naturais e coisas com frutas frescas. Por ¢ 1.700,00 (uns R$ 5,00) você come uma salada de frutas com sorvete que é dos deuses! E, vai por mim, é um almoço.
As pessoas aqui não comem muito chocolate. Isso é uma reclamação geral na escola, pois não há muitas opções nos mercados. Creio que seja porque não se produz chocolate aqui (só se encontra marcas como Cadbury, Hershey’s, etc e em pouca variedade), o que é engraçado, já que a Costa Rica é um grande produtor de Cacau.
Também não se consome muito pão. Só vi uma padaria (e francesa) até agora, no centro de Tamarindo. No mercado que fica perto de casa (um dos maiores) só tem uma tendinha com pães doces e rosquinhas. O único tipo de pão fresco salgado que tem é um bengala esquisito. Terei que apelar para os empacotados da vida (Bimbo e afins). É pacabá, mas estou com saudade do pão do Favorito. E do pão do Modelo. E do pão da minha mãe. E do da Tere. Quentinhos... com manteiga Comajul e um copão de leite com Toddy! hahaha.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Loucura, loucura, loucura!
*Realmente não existe exército na Costa Rica. No caso de uma invasão ou algo do gênero, é o exército americano que entra em ação. Os Estados Unidos são também o principal parceiro comercial do país;
*Os costa-riquenhos são tão fanáticos por futebol (ou até mais) quanto os brasileiros;
*Tomei mais sol de um lado. Meu ombro esquerdo está descascando;
Agora sim. Ontem foi um dia no mínimo interessante. Acordei cedo pra tomar café, enrolei um pouco e fui pro ponto de ônibus. Compensa andar de busão pq é muito mais barato, vc não passa muito tempo dentro dele e nunca está lotado. O engraçado é que não há catraca ou cobrador. É o motorista mesmo quem recebe a grana e põe tudo numa caixinha q fica aberta. Você entra e pergunta quanto é. Ele pergunta onde vc vai descer, aí sim diz o preço.
Cheguei na EF, fiquei morgando um tempo na piscina... começou a chover. E eu na piscina. Deu a hora do almoço (eu com muita fome)e a chuva só aumentava. Quando a chuva parou (um pouco) fomos (as duas Katharinas e eu) ao centro almoçar. As 3 azuis de fome. Eu bati uma pizza sozinha (acho que do tamanho da broto nossa.. pra uma pessoa e meia) e depois não conseguia nem andar direito. Detalhe: tínhamos aula de surf às 3 da tarde.
Quando chegamos ao estúdio de surf parecia que tínhamos levado uma surra. Já encontrei dificuldade no começo, ao carregar a prancha até a praia. Pois bem. Deitamos as três pranchas e sentamos na areia pra ouvir o instrutor explicar em terra o que deveríamos fazer na água. É o seguinte: você deita na prancha, barriga pra baixo, pés juntos e peito levantado e começa a remar. Remar sem água não é fácil. Depois, quando chega a grande hora, você apóia as duas mãos no meio da prancha, levanta um pouco o corpo (sem usar os joelhos), posiciona o pé de trás (pra levantar de vez) e depois o da frente e faz pose de pantera (Charlie's angel). Na terceira tentativa eu consegui ficar de pé bonitinho.
Aííí a gente foi pra água. Cordinha da prancha amarrada no tornozelo. Prancha debaixo do braço quando estiver no raso, depois você já coloca ela deitada na água. Aí começam a vir as ondas grandes. Mas é só levantar um pouco a frente da prancha e dar um pulinho, que tá tudo certo. Depois, quando a água tava quase no pescoço, deitei na prancha (na segunda tentativa, pq na primeira, passei direto pro outro lado). Deitada na prancha, me ajeito de acordo com as instruções. Pé, ok. Peito, ok. Cuidadooooo! Hã? Olho pra frente e solto um grito quando vejo uma tsunami prestes a me engolir. Foi prancha pra um lado, corpo pro outro e água pra dentro. Eca. Devo ter tomado um copão de água salgada e nem tinha começado a surfar. Aí escuto uma voz (a mesma do cuidadooo) dizendo "estás bien?" Era o instrutor desgranhento que tinha me deixado sozinha à deriva. Mostro o dedo pra ele (o polegar, mas com entonação de dedo médio) pra dizer que eu tava viva.
Passado o susto, o instrutor começou a me dar dicas de como sentar na prancha pra pegar a próxima onda. Meu... eu não tinha pego nem a primeira! (quer dizer, ela me pegou!). E eu brava pq não queria mais instruções até colocar as primeiras em prática.
Deitei de novo na prancha e ele me virou (me posicionando de frente pra praia). e falou: "vamos salir en esta". Frio na barriga. Concentração. Remar, Mão no meio, pé direito, pé esquerdo, pose de pantera. Remar, Mão no meio, pé direito, pé esquerdo, pose de pantera. Acho que é isso. O instrutor interrompe meus pensamentos: "Remando!"
Ai meu Deus! Tá.. remar.. a prancha balançando. E agora numa velocidade... escuto a voz do instrutor de novo: "Up! Up!" Ahmeudeusdocéu! Como era mesmo? "UP!!" Mão, joelho, pé direito, pernas pra cima e mais um copão de água salgada pra dentro! e a prancha continuou rumo à praia, me puxando pelo tornozelo. Quando consigo ficar de pé o instrutor vem me dizer que não tinha nada que por o joelho na prancha. Como se eu pudesse controlar!
Mais umas três dessas e eu consigo fazer pose de pantera por uns dois segundos, até cair da prancha e ralar o joelho. Mas foi tããoo legalll! hauahuahaua
Voltamos pra escola de surf exaustas e debaixo de chuva.
Por increça que parível, eu quero ir de novo! Talvez daqui umas duas semanas quando meu corpo todo não estiver mais dolorido.
O que eu aprendi com o surf:
* É bom usar joelheiras;
* Meninas, sempre devem usar camisas de surf... de preferência de cor escura;
* Não coma uma pizza inteira antes de surfar. Na verdade, nem coma. A água do mar alimenta. To sem fome até agora;
* Antes de dizer que surfista é burro, tente surfar!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Buenas!
Tópicos do dia:
* Hoje consegui tomar minha primeira xícara de café inteira! Mas daí não pude tomar o suco, que coloquei numa garrafinha para levar pra escola (vou pra EF usar a internet e a piscina... acho que jah falei, né? Eu escrevo em casa off e depois quando tenho net, só posto);
* Me perguntaram pq só café gourmet. Gente. Olha o tamanho da Costa Rica. Na época que todo mundo achava que café era a única mercadoria interessante, aqui não tinha espaço pra produzir em grande escala, aí uma saída para a competitividade foi agregar valor ao produto. Além disso, a topografia ajuda... Dizem que para esse tipo de café, quanto mais alto, melhor. Então aqui é produzido em altas montanhas;
* Como de hoje até domingo vou estar coçando, vou estar procurando algo pra fazer. Hoje vou estar fazendo uma aula de surf e depois acho que vou estar viajando pra outra praia. Vamos estar odiando o gerundismo;
* Ahh chegaram dois idosos na escola (devem ter uns 30 anos, cada). Acho que são alemães. Ontem não deu pra falar com eles. Hoje vou ver qual é;
* Segundo a lenda, há um brasileiro aqui. Dizem que é músico, toca e canta nos butecos. Quem viu, disse que canta muito bem. Eu ainda não vi e duvido que ele exista;
* Ontem eu estava caminhando no bosque sozinha, com meu capuz vermelho e minha cestinha de doces rumo à praia, quando ouvi um barulho de algo se mexendo muito perto de mim. Não era o lobo mau, droga! Era um lagarto gordo que não consigo lembrar o nome, primo da iguana. Tem uns 30cm, tirando o rabo. Quando nos vimos, eu corri pra um lado e ele pro outro. Pensa num bicho feio! Será que ele pensou o mesmo de mim?
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Verdades sobre moi na Costa Rica
*Fiquei impressionada com o câmbio. Já tinha percebido que o câmbio é melhor quando se saca no caixa em moeda local, do que quando se leva cash pra trocar depois, mas hoje foi demais; Tirei meu extrato em dólares e havia praticamente os mesmos números do que meu saldo em reais. Tive que entrar na net pra conferir de novo meu saldo em R$, e depois no site do BC pra ver o câmbio. O do banco (minha conta) estava muito mais baixo. Primeira vez que tenho uma surpresa boa no âmbito financeiro;
*Vou ser professora de educação física de criancinhas por duas semanas. Pode rir. São só duas semanas e na primeira vou só segunda e terça e só na parte da manhã. Tá!!;
* Definitivamente não me chamo mais Fabiana, nem Paula, nem Aline ou Luiza... Meu nome agora é Brassíl;
* Ainda não comi frutos do mar porque a comida mexicana não deixa. E também é mais caro. Mas ainda não me deu vontade. Sinistro;
* Não sei se vou sobreviver depois sem salsa Lizano (um molho que se compra pronto. É uma mistura de mostarda, xarope, pimenta e sei lá mais o quê, que se mistura no arroz com feijão e é louco de bão)
* Apesar da comilança, emagreci dois quilos (e pretendo continuar). Pensa numa pessoa que anda! E é ladeira arriba e abajo;
* Ah, Babi, o feijão é normal. Só que hoje eu comi uma pasta de feijão que acompanhava o guaca mole que era meio adocicada (bleh!). Deve ser isso que te falaram...;
* Até hoje não comi o tal de gallo pinto (arroz com feijão misturados, temperados juntos e apimentados). A tradição é comer no café da manhã, mas a minha família é mais adepta do estilo americano do desayuno (ninguém merece levantar mais cedo pra fazer arroz com feijão). Por outro lado, a maioria dos alunos gringos na escola reclamam de ter sempre “comida” para o café. Acho que tive sorte.
Verdades importantes sobre a Costa Rica
* Exporta também muita fruta para a Europa (se destacam a banana e o abacaxi, que é super doce);
*A pesar de ter lido sobre, e ter ouvido muito do tiozinho que viajou do meu lado de sampa até o Panamá, ainda estou impressionada com a civilização do país. Há uma conscientização ambiental incrível e, em geral, os costa-riquenhos são muito bem politizados. Aparentemente, Guanacaste (a província em que estou vivendo) é um pouco desprovida de “recursos intelectuais”, se comparada com a capital, por exemplo. Mas o sistema educacional dá de 10 a 0 no “geralzão” do Brasil. A escola em que vou fazer o trabalho voluntário é conhecida por ser muito carente, mas as crianças estudam música e artes de verdade. Desde o primeiro nível elas têm aulas de inglês (umas 4 ou 5 aulas por semana), o que lhes permite, ao final do ensino médio, estabelecer uma conversação básica/intermediária no idioma, mesmo só tendo estudado em escola pública. Os mais velhos também têm aulas de turismo e duas vezes ao ano viajam pelo país através da escola. De graça;
* O presidente, Oscar Árias (Nobel da paz), estabeleceu uma meta hiper audaciosa de tornar o país “carbono-neutral” até 2021. Isto significa que haverá grande redução na emissão de gás carbônico e se tomará medidas como reflorestamento de forma que a mesma quantidade emitida de carbono seja absorvida de volta, tornando a contribuição da Costa Rica na emissão do gás igual a zero;
* O sotaque dos ticos (cidadãos de Costa Rica) é tipo um espanhol mineiro. O “R” quando no meio ou no fim da palavra (porta, amor) são puxados como o caipirês. Aqui em Guanacaste é muito sutil, mas minha hermana tica me disse que em San José é super puxado, inclusive quando no início da palavra (Rato, Roer, Roupa, Rei, Roma). Provavelmente influência Jamaicana/Americana;
* Falando em influência Jamaicana, ela é muuuito forte no lado do caribe, na região de Limón. Tudo que é tipo de comida leva coco, ou leite de coco. E lá eles falam 4 dialetos diferentes, sendo que um deles (Patuá) é uma mistura de espanhol, inglês jamaicano e francês. Aff!;
* Há poucas tribos indígenas e as que existem ficam em reservas ambientais, normalmente em altas montanhas, lugares de difícil acesso. Portanto, o contato do índio com o povo das cidades é mínimo;
* Muita influência mexicana (comida, música, TV ahhh o “ídolos” daqui, é o Latin American Idol, que é uma competição só para toda América Latina de língua espanhola e cada ano é gravada em um país diferente. Esse ano está sendo na Argentina);
* Diz-se que o país exporta mão de obra qualificada (procevê o grau de cultura) e importa a não qualificada. Há trabalhadores de toda a América Central, principalmente da Nicarágua;
* Se você não fala espanhol e vier pra cá, diga “¡Pura vida!” pra tudo, que dá tudo certo.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Peripécias...
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Tamarindo
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Rapidinha
E eu achando que me colocarem no nível avançado seria ótimo... me enganei. As aulas começaram ontem e já tá puxado: quatro horas em sala de aula por dia (um monte de gramática, bleh!) Ainda tenho que fazer tarefa, fazer social, procurar emprego e ir à praia! E tem as aulas de salsa!
Coisas que descobri ontem e hoje:
1) O técnico da seleção da Costa Rica é brasileiro;
2) Eu sou a única neguinha da escola (com exceção de um holandês moreno com dreads)
3) Eu sou a única latino-americana da escola;
4) Eu sou praticamente a única não-fumante da escola;
5) Eu sou uma das mais velhas da escola (além de mim tem as italianas de 26 anos (cada) e um casal de franceses na faixa dos 40, o resto está entre os 16 e 20);
6) Eu acho que vou voltar falando alemão ou japonês;
7) A Costa Rica fabrica 22% dos softwares feitos na América Latina;
8) Em Tamarindo o Oceano é pacífico e não fala mal de ninguém. A areia é um pouco escura e a água parece ter mais sal que o normal, mas é morninha e as ondas calmas, e ainda assim tem um monte de surfista saradão pegando jacaré que no ecsiste.
9) Clase é aula e aula é sala de aula. Tinha me esquecido porque odeio espanhol;
10) É mais fácil usar dólar do que a moeda local (Colón). Se vier com dólar, não faça câmbio, senão vai ficar perguntando igual à besta aqui nos lugares: “...y en colones, cuanto es?”
11) Aparentemente não existe um termo correspondente à palavra “Nuca” em japonês e em inglês.
Bjus chuchus. Sodades! (ah.. Saudade... e pra explicar essa palavrinha pra gringaiada aqui... hilário!)
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Cheguei!!
Já comecei a notar a simpatia costa-riquenha logo na passagem pela “policia federal”. Fui “carimbada” por um cara super simpático, que fez com que as perguntas corriqueiras passassem por um diálogo de gente normal, sem aquele ar de “eu sei o que você fez no verão passado”. Já me senti em casa. Passei pela aduana após pegar a bagagem e fui logo fazer o câmbio. Eu, depois de umas doze horas de viajem (contando a partir de Cuiabá), aproximo-me da cabine parecendo uma múmia empurrando um carrinho cheio de malas, levo um susto quando um mocinho de dentro da cabine diz superanimado: Bienvenida a Costa Rica! Comecei a rir né... Se ele que estava trabalhando tinha aquele humor todo, não ia ser eu a ficar carrancuda. Troquei os R$ 490,00 que estavam na minha carteira que se transformaram em 129.432,61 Colones! Fiquei rica hahahaha.
Logo na saída, já pude avistar Adrian, com a plaquinha da EF na mão. Quando coloco os pés finalmente fora do aeroporto, pude sentir a temperatura real. Devia fazer uns 37C e eram 21:00! Me senti em casa de novo. Me aproximei de Adrian, que também já foi sacando quem eu era. Trocamos algumas amenidades e, quando lhe perguntei como estava, ele me respondeu com um animado Pura vida!
Nos dirigimos para a van da escola onde nos aguardavam duas italianas também animadísimas. O traslado de San Jose para Tamarindo durou quatro horas (paramos uma vez para abastecer em uma gasolinera e para comprar água). A estrada é ótima e muito bem sinalizada em sua maior parte, porém movimentada e Adrian parecia ter pé de chumbo. Não conseguia ficar bem acordada por já estar muito cansada, e por estar viajando à noite, o que me dá sono. Mas também não conseguia dormir porque de tempos em tempos me assustava com os solavancos das bruscas freadas ou por alguma buzina. Já nas proximidades de Tamarindo, pegamos estrada de chão. Alguns pontos alagados e outros em que eu juraria que a estrada já havia acabado. Chegamos finalmente em Tamarindo e o primeiro ponto que ouvi Adrian nos apresentando era o Monkey Bar. Estava lotado, pois era sexta feira, Lady’s night (provavelmente poderei explicar isso com mais detalhes em outro post). Logo entramos em uma rua aparentemente sem saída, que na verdade havia, mais em alguns pontos a mata é tão fechada que parece ser impossível transitar por ali. Mas, passamos. E do outro lado fomos surpreendidas por mansões belíssimas literalmente no meio do mato. Repetimos essas sensações mais algumas vezes antes de chegarmos ao prédio da EF, onde minhas novas amigas se hospedariam. Mas eu, que optei por ficar em casa de família ainda não tinha concluído meu trajeto. A minha casa fica em outro bairro e, quando cheguei aqui pensei que estava em uma fazenda. Há muito mais mato do que casa (que não são muradas) e, especificamente onde estou, não existe exatamente uma rua. A casa é relativamente pequena e simples, mas limpa e tenho um quarto só para mim com espaço e móveis suficientes para acomodar minhas coisas. Maria, a dona da casa, tem três filhos: Karolina, Estéban e Eduardo. São bem educados e cada um na sua.
No sábado, no café da manhã conheci uma Suíça que estava de partida, não tive muito tempo de conversar com ela. Ah, o café da manhã foi o seguinte: ovos mexidos com presunto, banana frita (sequinha, parecia mais grelhada) abacaxi e melancia. E suco que parece de alguma laranja mais forte (quando descobrir eu conto). O resto do dia foi preguiçoso, passei a maior parte do tempo lendo e assistindo a séries que baixei ainda no Brasil e também conversando com Henry, um amigo da família que se diverte com as curiosidades e falso cognatos dos nossos idiomas (ele ficou pasmo quando disse que vaso pra gente é o que temos no banheiro, não o que ele usa pra tomar água.). À tarde participei de uma festa de família, uma espécie de chá de bebê da irmã de Maria. Me senti meio deslocada, mas foi interessante. Às cinco da tarde estávamos comendo arroz, guaca mole e um guisado de legumes. Tudo muito bom, mas estranho. Fui dormir cedo, e tinha muito sono, motivo? Fuso horário. Aqui são três horas a menos em relação ao horário de Brasíla. Acabo de descobrir que meu relógio biológico sempre esteve ajustado com o horário daqui. Quando na minha vida acordei sozinha em um domingo às 7:00 da manhã superdisposta a tomar uma ducha fria?
Isso mesmo, acordei antes de todo mundo e fiquei no meu quarto até que a casa acordasse, então vim aqui para a varanda da frente que é mais fresco e comecei a escrever. Aqui mesmo tomo meu café da manhã: ovos mexidos com torradas quentinhas e manteiga derretida, frutas frescas e o suco esquisito (nos dois idiomas, pois apesar de não ter identificado ainda, achei gostoso). A Maria perguntou se eu tomo café, eu disse que sim e ela me aparece com uma caneca enorme com café até a boca. Lógico que nem tomei um terço, né. Pedi desculpas para ela e expliquei que no Brasil tomamos café em uma taza chiquita. Eles (ela e Henri) acharam um absurdo, já que no Brasil tem tanto café...