sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Living la vida loca

Não... não to vivendo la vida loca. Pelo menos não ainda... até acabar todo o programa do curso vai ser difícil; Não conheci quase nada de Tamarindo, não tenho saído muito e vivo cansada. Mas, claro, ainda assim, coisas acontecem comigo. Algumas bizarrices:
* O Diretor da escola (do trabalho voluntário) até hoje me chama de Francia e eu não corrijo;
* Os professores se chamam de “companheiro(a)” ou mami/papi entre si. Um marmanjo de 25 anos me chamando de “mami” foi aterrorizante! Não consegui esconder minha cara de indignada;
* Todo mundo acha que eu estudei educação física no Brasil. O marmanjo de 25 anos (professor de inglês), tentando puxar meu saco disse que queria fazer Ed. Física, mas seus pais o desencorajaram. Disse que sempre amou. Eu disse que sempre odiei.
*Arranjei uma técnica para conversar com os alunos que conversam embolado: leitura de expressão corporal:
a) Se uma menina vem chorando mostrando uma parte do corpo, eu faço bico e digo: ah... pobrecita! Se for menino, digo: tsc.. qué malo! E eles param de chorar, é incrível!
b) Se alguém vem me contando algo superempolgado(a), com gestos e brilho nos olhos eu digo com a mesma empolgação: en sériooo?? E eles balançam a cabeça dizendo que sim, superorgulhosos. Às vezes ainda arrisco uma tréplica dizendo: Uau!
c) Se algum guri fominha de bola, depois de uma discussão no campo vier me pedindo pra confirmar sua teoria de alguma regra do jogo, eu franzo a testa e digo seguramente: Claro! E todo mundo acredita.
d) Se alguém me conta algo bravo(a) ou emburrado(a) apontando o dedo pro resto da gurizada, eu abaixo, olho nos olhos do muleque e pergunto com convicção: Quién? E ele(a) diz o nome do acusado, o que facilita, pois o meliante na hora olha com cara de culpado e eu fecho a cara e faço não com o dedo.
* Na escola se vende pastéis de queijo, de arroz com frango e de feijão. Quando vi um guri comendo um de arroz, achei que eu tava doida, aí perguntei do que era o recheio e ele disse: “arroz con pollo” E abriu o pastel pra me mostrar, fazendo cair metade do recheio;
* Salsicha em espanhol é salchicha. E pra completar ainda tem o salchichón. Quase me matei de rir (sozinha) no mercado quando li;
* Essa eu já sabia, mas ainda não processei que “comedor” é um lugar, não uma pessoa. Eu rio toda vez que acaba a aula e tenho que dizer: “Chicos, al comedor!”;
* Aqui tem muita palavra diferente do espanhol da América do Sul. Eu conhecia bola como balón ou pelota. Na primeira aula (crianças de 7 anos), antes de começar perguntei apontando pra bola: “Como se llama eso?”. Ao que um pirralho respondeu incrédulo: “bola!”. ¬¬;
* O líder daquela banda (Brasil! Brasil!) dá aula de música lá na escola. Eu, a professora do pré e sua irmã fomos a um bar de carona com a banda. Agora eles sabem que meu nome não é Brasil;
* Eu odeio cumbia;
* Eu já tomo três canecas de café por dia. Acontece que o café daqui é mais fraco, diferente. Tá... não justifica... mas como vocês querem que eu fique de pé desde as 6 da manhã aguentando a turma do carrossel??

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