segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cheguei!!

Eu tinha desistido da idéia de criar um blog para falar exclusivamente da minha estada aqui na Costa Rica, até porque não sabia (e ainda não sei) qual seria a frequencia com que teria acesso à internet. Agora mesmo, estou na frente da minha nova casa onde não há nem linha de telefone, pois fica “muy lejos de la calle”, quanto mais internet. Mas ainda assim resolvi escrever porque estou no meu segundo dia aqui (domingo), ainda não saí de casa e já tenho história pra contar. Pois bem. Vou começar do começo. Quando o avião aterrissou em San Jose, estava chovendo muito e, dentro do avião, fazia muito frio. Logo pensei: que legal, aqui não deve fazer frio nunca, só hoje... Dentro do aeroporto estava menos frio, mas ainda não dava para saber qual era a real temperatura lá de fora, e não me lembro do piloto falando sobre isso (quase não acordo a tempo de descer do avião).
Já comecei a notar a simpatia costa-riquenha logo na passagem pela “policia federal”. Fui “carimbada” por um cara super simpático, que fez com que as perguntas corriqueiras passassem por um diálogo de gente normal, sem aquele ar de “eu sei o que você fez no verão passado”. Já me senti em casa. Passei pela aduana após pegar a bagagem e fui logo fazer o câmbio. Eu, depois de umas doze horas de viajem (contando a partir de Cuiabá), aproximo-me da cabine parecendo uma múmia empurrando um carrinho cheio de malas, levo um susto quando um mocinho de dentro da cabine diz superanimado: Bienvenida a Costa Rica! Comecei a rir né... Se ele que estava trabalhando tinha aquele humor todo, não ia ser eu a ficar carrancuda. Troquei os R$ 490,00 que estavam na minha carteira que se transformaram em 129.432,61 Colones! Fiquei rica hahahaha.
Logo na saída, já pude avistar Adrian, com a plaquinha da EF na mão. Quando coloco os pés finalmente fora do aeroporto, pude sentir a temperatura real. Devia fazer uns 37C e eram 21:00! Me senti em casa de novo. Me aproximei de Adrian, que também já foi sacando quem eu era. Trocamos algumas amenidades e, quando lhe perguntei como estava, ele me respondeu com um animado Pura vida!
Nos dirigimos para a van da escola onde nos aguardavam duas italianas também animadísimas. O traslado de San Jose para Tamarindo durou quatro horas (paramos uma vez para abastecer em uma gasolinera e para comprar água). A estrada é ótima e muito bem sinalizada em sua maior parte, porém movimentada e Adrian parecia ter pé de chumbo. Não conseguia ficar bem acordada por já estar muito cansada, e por estar viajando à noite, o que me dá sono. Mas também não conseguia dormir porque de tempos em tempos me assustava com os solavancos das bruscas freadas ou por alguma buzina. Já nas proximidades de Tamarindo, pegamos estrada de chão. Alguns pontos alagados e outros em que eu juraria que a estrada já havia acabado. Chegamos finalmente em Tamarindo e o primeiro ponto que ouvi Adrian nos apresentando era o Monkey Bar. Estava lotado, pois era sexta feira, Lady’s night (provavelmente poderei explicar isso com mais detalhes em outro post). Logo entramos em uma rua aparentemente sem saída, que na verdade havia, mais em alguns pontos a mata é tão fechada que parece ser impossível transitar por ali. Mas, passamos. E do outro lado fomos surpreendidas por mansões belíssimas literalmente no meio do mato. Repetimos essas sensações mais algumas vezes antes de chegarmos ao prédio da EF, onde minhas novas amigas se hospedariam. Mas eu, que optei por ficar em casa de família ainda não tinha concluído meu trajeto. A minha casa fica em outro bairro e, quando cheguei aqui pensei que estava em uma fazenda. Há muito mais mato do que casa (que não são muradas) e, especificamente onde estou, não existe exatamente uma rua. A casa é relativamente pequena e simples, mas limpa e tenho um quarto só para mim com espaço e móveis suficientes para acomodar minhas coisas. Maria, a dona da casa, tem três filhos: Karolina, Estéban e Eduardo. São bem educados e cada um na sua.
No sábado, no café da manhã conheci uma Suíça que estava de partida, não tive muito tempo de conversar com ela. Ah, o café da manhã foi o seguinte: ovos mexidos com presunto, banana frita (sequinha, parecia mais grelhada) abacaxi e melancia. E suco que parece de alguma laranja mais forte (quando descobrir eu conto). O resto do dia foi preguiçoso, passei a maior parte do tempo lendo e assistindo a séries que baixei ainda no Brasil e também conversando com Henry, um amigo da família que se diverte com as curiosidades e falso cognatos dos nossos idiomas (ele ficou pasmo quando disse que vaso pra gente é o que temos no banheiro, não o que ele usa pra tomar água.). À tarde participei de uma festa de família, uma espécie de chá de bebê da irmã de Maria. Me senti meio deslocada, mas foi interessante. Às cinco da tarde estávamos comendo arroz, guaca mole e um guisado de legumes. Tudo muito bom, mas estranho. Fui dormir cedo, e tinha muito sono, motivo? Fuso horário. Aqui são três horas a menos em relação ao horário de Brasíla. Acabo de descobrir que meu relógio biológico sempre esteve ajustado com o horário daqui. Quando na minha vida acordei sozinha em um domingo às 7:00 da manhã superdisposta a tomar uma ducha fria?
Isso mesmo, acordei antes de todo mundo e fiquei no meu quarto até que a casa acordasse, então vim aqui para a varanda da frente que é mais fresco e comecei a escrever. Aqui mesmo tomo meu café da manhã: ovos mexidos com torradas quentinhas e manteiga derretida, frutas frescas e o suco esquisito (nos dois idiomas, pois apesar de não ter identificado ainda, achei gostoso). A Maria perguntou se eu tomo café, eu disse que sim e ela me aparece com uma caneca enorme com café até a boca. Lógico que nem tomei um terço, né. Pedi desculpas para ela e expliquei que no Brasil tomamos café em uma taza chiquita. Eles (ela e Henri) acharam um absurdo, já que no Brasil tem tanto café...



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